Interpretação 6ºano - O Pequeno Príncipe Preto - Atividade pronta em PDF para baixar e salvar


Leia o texto, que é uma narrativa ficcional sobre um pequeno príncipe que mora em um minúsculo planeta. Depois, faça as atividades com base no texto lido.

O planeta do Pequeno Príncipe Preto
Em um minúsculo planeta mora um menino preto com uma árvore Baobá. O menino gosta muito de regar a Baobá, que é sua única companheira.
— Vocês estão me ouvindo, mas não conseguem me ver. Estou atrás do tronco de uma árvore, da Baobá. É uma árvore linda, imensa, gigante. Estou de braços abertos tentando envolvê-la, mas não consigo. Precisaria de duas, três, quatro... de muita gente. Abraçar a Baobá é uma troca de força, de energia. Sabe quando a bateria está fraca? Então, eu venho aqui e recarrego.
Ah, já ia esquecendo: eu sou o Príncipe deste planeta. A Baobá disse que sou o Pequeno Príncipe. Ela é a Grande Princesa.
Eu não sei quem veio primeiro. O planeta ou a Baobá. Ela é uma árvore sagrada, milenar. Está há tanto tempo aqui...
A Baobá gosta de solo seco, mas eu rego todos os dias com água morna. Não gosto de ver ninguém com sede.
As amizades também devem ser regadas todos os dias. [...]
Devo tanto à Baobá, sabe? Sabedoria é comida que nos alimenta. Existe uma coisa chamada ancestralidade. Antes dessa árvore, existiu outra árvore, antes existiu outra árvore, e mais outra, outra e outra... Antes de mim vieram os meus pais, os meus avós, os meus bisavós, os meus tataravós, o meus ta-ta-taravós... Todos eram reis, rainhas.
Como pode existir o hoje, o agora, se você não conhece o seu passado, a sua origem, as suas características? É assim que a gente conhece a nossa ancestralidade. [...]
A minha pele é da cor desse solo. Quando eu rego fica mais escuro, cor de chocolate, de café quentinho. As cores são diferentes, iguais aos lápis de cor. Tem gente que fala que existe um lápis “cor de pele”. Como assim? A pele pode ter tantos tons...
Eu sou negro! Um pouco mais claro que alguns negros e um pouco mais escuro que outros. É como a cor verde... Tem o verde-escuro e o verde-claro, mas nenhum dos dois deixa de ser verde. Eu gosto muito da minha cor e dos meus traços.
Minha boca é grande e carnuda.
Olhe o meu sorriso, como é simpático e bonito!
Eu tenho nariz de batata. Eu adoro batata e adoro meu nariz.
Meus olhos são escuros como a noite. Também existem olhos claros, mas gosto dos meus olhos como eles são. Porque são meus.
Meu cabelo não é ruim. Ele não fala mal de ninguém. Antes eu cortava o meu cabelo bem baixinho, mas agora estou deixando crescer. Quero que fique para cima igual aos galhos da Baobá.
Vai crescer, crescer, crescer... Vai ficar forte, brilhoso, volumoso. Olhe para o céu! Ele será o limite.

Rodrigo França. O Pequeno Príncipe Preto.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2020. (Fragmento adaptado).

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