EF67LP05 Interpretação de notícia 6ºano - Textos opinativos - Descritor 21

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No dia a dia, como você reage diante de uma opinião diferente da sua? Você costuma concordar com todos ou se esforça para reafirmar seu ponto de vista? E quanto à opinião dos outros? Você costuma respeitar?

Em textos opinativos, geralmente aparecem posições distintas sobre um mesmo fato ou um mesmo tema. Nesta atividade, você verificará isso!

Leitura 1 

Antes de começar a leitura, responda:
O que você prefere: brincar na rua ou dentro de casa?
Se tivesse de escolher, você brincaria de amarelinha ou jogaria videogame? Por quê?

Leia as notícias a seguir e veja algumas opiniões a respeito das brincadeiras consideradas antigas e das brincadeiras consideradas atuais.

Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta pesquisa

As crianças estão brincando cada vez menos, e os pais têm plena consciência dessa mudança no comportamento infantil. Segundo a pesquisa “Valor do Livre Brincar”, encomendada pela marca OMO, 84% dos pais entrevistados acreditam que as crianças não conseguem brincar tanto quanto deveriam.
Já 64% dos entrevistados acham que seus filhos têm menos oportunidades para brincar do que eles tinham, e 93% concordam que as crianças não brincam da mesma forma que eles brincavam quando pequenos.
Os resultados da pesquisa, realizada em dez países com a participação de 12 170 pais e mães, inspirou o movimento “Livre Para Descobrir”, que estimula as crianças a brincarem, explorarem e experimentarem mais.
“Brincar com liberdade de movimentos físicos envolve a criança inteira: corpo e imaginação, sentimentos e pensamento. Isso potencializa suas capacidades e as desenvolve sinergicamente”, defende Vital Didonet, pedagogo especialista em políticas públicas para a primeira infância.
Por causa dos aparelhos eletrônicos e as infinitas possibilidades da tecnologia, cada vez menos as crianças têm brincado ao ar livre.

Por causa dos aparelhos eletrônicos e as infinitas possibilidades da tecnologia, cada vez menos as crianças têm brincado ao ar livre.

Na contramão do declínio do livre brincar, o brincar conectado revela-se uma tendência global. No Brasil, 85% dos pais concordam que as crianças, frequentemente, não querem brincar sem tecnologia, ao mesmo tempo que 84% deles acreditam que seus filhos são mais criativos quando brincam sem eletrônicos. Para Didonet, uma forma de trabalhar essa questão é combinar com a criança tempos para cada atividade. “Mas os próprios pais devem gostar de brincar com aparelhos eletrônicos e sem eles e participar de ambas as brincadeiras com seus filhos. As crianças dão valor àquilo que elas veem ter valor para os adultos”, enfatiza.
A preferência das crianças pela tecnologia é revelada em outro dado da pesquisa: 89% dos pais brasileiros dizem que seus filhos preferem brincadeiras com esportes virtuais à prática esportiva real. “A tecnologia parece mágica. Você esfrega o dedo na tela e ela muda, vira a página. Faz um clique num pontinho e, plim, aparece nova imagem. Além disso, ela trabalha com a curiosidade, usa o elemento surpresa, aprova e desafia a criança”, descreve Vital. 
Para o especialista, porém, diante da telinha, a criança apenas “responde ou corresponde”, ao passo que com brinquedos não tão estruturados, que requerem a imaginação e a iniciativa da criança, ela tende a se tornar sujeito, a decidir com mais liberdade, a controlar melhor a direção da sua brincadeira. “Ela é menos cobrada e, portanto, se sente mais leve e livre”, pondera.
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RAMOS, Bruna. Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta pesquisa. EBC. 28 jul. 2016. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/infantil>

Declínio: diminuição, queda.
Enfatizar: destacar, salientar.
Ponderar: mencionar, comentar.
Inspirar: motivar, estimular.
Potencializar: aumentar, tornar mais eficaz.
Sinergicamente: em conjunto, envolvendo tudo.

Leitura 2

Brincar é bom. Brincar é uma das maneiras de se divertir e de interagir com o outro. Você costuma brincar sozinho ou com a participação de amigos? E quanto aos videogames e outros aparelhos eletrônicos, você está sempre com um deles nas mãos?

Crianças preferem brincadeiras “ao ar livre” a games, mostra estudo da UnB

Estudo mostra que 70% dos pequenos disseram preferir atividades como pique-esconde. Apenas 11,4% indicaram que eletrônicos são favoritos.

Uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB) desmente a crença popular de que crianças só estão interessadas em games, computadores e outros eletrônicos. O estudo com crianças entre 6 e 12 anos mostra que apenas 11,4% delas indicaram que os gadgets são as brincadeiras favoritas. Mais de 70% escolheram brincadeiras tradicionais e esportivas como as preferidas. 
O levantamento feito por alunos de educação física da UnB pegou 145 crianças de escolas públicas. Elas foram convidadas a representar as preferências por meio de desenhos. O resultado surpreendeu até os pesquisadores.
“Eu acreditava que talvez as mídias fossem ter maior prevalência, e não as brincadeiras tradicionais”, diz a autora da monografia, Mariana Oliveira. “A surpresa que a gente tem é quando analisa esses dados e vem o baque: ‘Opa, as mídias não estão tão presentes quanto aquilo que a gente no dia a dia imaginava’.”, continua o doutorando Ivan Ferreira.
Segundo os pesquisadores, os resultados mudam de acordo com o contexto cultural e socioeconômico dos alunos. Uma pesquisa feita apenas na área rural de São Sebastião apontou que nenhuma criança desenhou alguma brincadeira “virtual”. Já na Asa Sul, mais da metade das crianças disse preferir os aparelhos.
Independentemente da brincadeira preferida pelas crianças, os pesquisadores afirmam que uma grande parte das escolhas se deve ao exemplo dado pelos pais. “A brincadeira é ensinada para a criança. Se a gente vê alguma brincando, é porque um dia alguém ensinou a brincar. Se a criança está brincando muito com mídia, não é a culpa da criança”, declarou Ferreira.
A dona de casa Lidiany Krüger afirmou que sofre para tirar o filho, Miguel, da frente das telas. “Para sair de casa, meu esposo tem que ir lá derrubar a internet para ver se as crianças vão pra piscina ou para o parque jogar bola porque, se deixar, por eles, é o dia todo vidrado lá no eletrônico.”
Já a musicista Valéria Cavalcanti disse que prioriza as brincadeiras do lado de fora. “É importante brincar ao ar livre. A gente mora em apartamento, então eu sempre procuro descer.”

CRIANÇAS preferem brincadeiras “ao ar livre” a games, mostra estudo da UnB. G1 DF e TV Globo. 5 jan. 2018.
Disponível em: <https://g1.globo.com/df>

Baque: choque, susto.
Prevalência: superioridade.
Priorizar: privilegiar, dar preferência.
Gadget: dispositivo eletrônico portátil.

1. Considerando as notícias lidas, responda.
a) As duas notícias apresentam título e subtítulo? Explique sua resposta.
b) Quem são os responsáveis pela publicação das notícias em destaque?

2. As duas notícias apresentam resultados de pesquisas realizadas sobre a preferência das crianças
em relação às brincadeiras.
a) Quem é o solicitante da pesquisa que foi apresentada na Leitura 1?
b) Quem é o responsável pela pesquisa realizada na segunda notícia?

3. Releia as notícias e preencha o quadro a seguir.


4. Considerando a notícia “Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta pesquisa”, analise se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A pesquisa inspirou o movimento “Livre Para Descobrir”.
( ) Vital Didonet é um dos pais entrevistados na pesquisa.
( ) O “livre brincar” corresponde a “brincar conectado”.

5. Sobre o resultado da pesquisa apresentada na notícia “Crianças preferem brincadeiras ‘ao ar livre’ a games, mostra estudo da UnB”, assinale a alternativa correta.
(A) O resultado confere com o que os pesquisadores esperavam.
(B) O resultado pegou os pesquisadores de surpresa.
(C) O resultado não convenceu os pesquisadores.
(D) O resultado confirmou as expectativas da população.

PARA SABER MAIS
A notícia é um texto que apresenta um fato acontecido na atualidade. O título da notícia, que também pode ser chamado de manchete, resume o tema que será apresentado. Nem toda notícia tem um subtítulo, mas quando ele aparece, tem a função de apresentar mais dados, completando ou ampliando o que foi declarado no título. Geralmente, os títulos e os subtítulos são curtos e objetivos para atrair a atenção dos leitores.

› Atente-se à possibilidade de diferentes discursos em um mesmo texto.
› Observe, também, as marcas específicas de diferentes autores.
› Reconheça as diferentes opiniões a respeito de um fato ou de um tema.

6. Que informação comum é apresentada nas notícias das Leituras 1 e 2?
(A) As crianças não gostam mais de brincar como antigamente.
(B) As universidades estão fazendo pesquisas sobre brincadeiras.
(C) Os pais não são bons exemplos aos filhos em tecnologia.
(D) O exemplo dado pelos pais influencia na escolha das crianças.

7. Em relação à preferência das crianças a respeito das brincadeiras ao “ar livre” e às brincadeiras “conectadas”, as notícias apresentam posições:
(A) semelhantes.
(B) contrárias.
(C) inconsistentes.
(D) erradas.

8. Na notícia “Crianças preferem brincadeiras ‘ao ar livre’ a games, mostra estudo da UnB”, o ponto
de vista dos pesquisadores Mariana Oliveira e Ivan Ferreira é:
(A) igual.
(B) diferente.
(C) confuso.
(D) divergente.

9. Uma informação da notícia “Crianças preferem brincadeiras ‘ao ar livre’ a games, mostra estudo
da UnB” que contraria a primeira notícia é que:
(A) os gadgets são as brincadeiras favoritas das crianças na atualidade.
(B) as crianças, na atualidade, não querem mais brincar sem tecnologia.
(C) as crianças não estão só interessadas em games, em computadores e em outros eletrônicos.
(D) as crianças preferem brincadeiras com esportes virtuais à prática esportiva real.


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