Fake news - Atividade de interpretação: gênero reportagem - Filme Matrix (gabarito e PDF)

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Leia uma reportagem e resolva as atividades propostas a seguir.

Como a escola pode combater o mundo das fake news

No filme Matrix, o programador Thomas Anderson descobre que vive em um mundo fake controlado por um sistema inteligente e artificial que cria a ilusão de um mundo real, manipulando a mente das pessoas. Vinte anos depois do lançamento do filme, em 1999, o que parecia ficção está se tornando realidade. É isso o que dizem vários pesquisadores e especialistas, diante das incontáveis fake news e imagens manipuladas que têm sido, diariamente, lançadas na internet, a fim de alterar a realidade dos fatos, com a intenção de influenciar a percepção das pessoas sobre o mundo em que vivem.
Segundo o pesquisador brasileiro Edson Prestes, especialista em inteligência artificial e integrante do Painel de Alto Nível sobre Cooperação Digital da Organização das Nações Unidas (ONU), por trás desse cenário estão os grupos de interesses políticos e econômicos, que chegam a contratar robôs para disseminar mentiras em grande escala. Afinal, como já dizia Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Em artigo recentemente publicado na Revista IHU Online, da Unisinos, Michel K. Spencer, editor do site FutureSin, especializado em inteligência artificial e afins, escreveu que as tecnologias deep fake, em pleno desenvolvimento, aumentam ainda mais o potencial das fake news. Uma dessas tecnologias é a GPT-2, da OpenAI, que está se tornando conhecida por sua capacidade de fazer robôs escreverem mimetizando estilos – que podem ser o de uma celebridade, o de um político, ou simplesmente o seu.
Outra deep fake é a Generative Adversarial Network (GAN), que constrói rostos artificiais de alta qualidade, com um realismo tal que torna difícil dizer que não se trata de uma “pessoa” humana, de existência real. Essa mesma tecnologia também é capaz de combinar vídeos existentes, transformando-os em um novo vídeo falso, que mostra alguém realizando e falando coisas que nunca fez e disse na realidade. Há até quem já vislumbre a criação de “jornalistas” fakes, produzidos por inteligência artificial, ancorando notícias para o bem e para o mal.

Novos desafios para a Educação

Se, há cerca de 10 anos, o grande paradigma da internet era o de sua universalização, hoje, a palavra de ordem é capacitar crianças, jovens e adultos para atuarem na web, conscientes dos riscos do mundo on-line, tanto no que diz respeito à vulnerabilidade da privacidade, como à manipulação da informação para fins políticos e econômicos. Quem diz isso é Edson Prestes, o pesquisador brasileiro do Painel de Alto Nível sobre Cooperação Digital das Nações Unidas.
Em entrevista recente para o Centro de Informação da ONU no Brasil, ele afirma que as escolas precisam capacitar para a reflexão crítica. Segundo ele, já não basta saber como usar a tecnologia. É preciso, sobretudo, ensinar o aluno a perceber quando está sendo manipulado e por quais motivos querem manipulá-lo.
Para a professora Rosália Duarte, da Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio, que pesquisa linguagens digitais, a escola também precisa mudar o seu viés conteudista: “Os educadores têm que romper com a lógica do século XX. A mera reprodução de conteúdos não produz mais as habilidades necessárias ao cidadão do século XXI. Urge uma nova escola, aquela que desenvolve a capacidade de pensar”. E isso, diz ela, não é tarefa de um só professor. É preciso que a escola tenha um projeto que abrace os novos desafios do tempo atual.

Como ensinar a pensar

Para a professora Rosália Duarte, é preciso discutir com os alunos a natureza da verdade. Passar informações falsas para alterar a percepção das pessoas sobre o mundo em que se vive é, segundo ela, má fé e falsidade ideológica. Mas as interpretações sobre a informação correta podem ser diversas e ter várias verdades. E para entender cada uma delas é fundamental discutir o contexto, as bases sobre as quais cada uma se assenta e quais narrativas as sustentam (religiosa, econômica, histórica?).
[...]

PIMENTEL, Márcia. Como a escola pode combater o mundo das fake news. 25 jul. 2019. MultiRio.
Disponível em:
<http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/
15098-como-a-escola-pode-combater-o-mundo-das-fake-news>

1. Na reportagem, é possível perceber um tom irônico no trecho:

(A) “No filme Matrix, o programador Thomas Anderson descobre que vive em um mundo fake controlado por um sistema inteligente e artificial [...]”
(B) “Vinte anos depois do lançamento do filme, em 1999, o que parecia ficção está se tornando realidade.”
(C) “Afinal, como já dizia Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, ‘uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’.”
(D) “Essa mesma tecnologia também é capaz de combinar vídeos existentes, transformando-os em um novo vídeo falso [...]”

2. O pesquisador brasileiro Edson Prestes apresenta duas posições distintas em relação ao padrão de internet. A partir desses posicionamentos, é possível concluir que:

(A) a universalização da internet era o modelo apresentado no passado.
(B) na atualidade, ainda se pensa na universalização da internet.
(C) capacitar crianças, jovens e adultos para atuar na web é coisa do passado.
(D) não há necessidade de conscientização em relação aos riscos do mundo on-line.

3. Ainda sobre fake news, veja como a campanha a seguir trata o assunto. Depois, assinale a alternativa correta.

(A) O público-alvo da reportagem e do anúncio é o mesmo.
(B) A finalidade da reportagem é a mesma do anúncio.
(C) A reportagem se aproxima do anúncio em relação à linguagem utilizada.
(D) A reportagem difere do anúncio por apresentar uma linguagem objetiva.

4. Quem defende a ideia de que as tecnologias deep fake potencializam as fake news é:

(A) o pesquisador brasileiro Edson Prestes.
(B) o ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels.
(C) o editor do site FutureSin, Michel K. Spencer.
(D) a professora da Pós-Graduação em Educação da PUC Rio, Rosália Duarte.

5. O trecho da reportagem em que se encontra uma opinião é:

(A) “Outra deep fake é a Generative Adversarial Network (GAN), que constrói rostos artificiais de alta qualidade [...]”
(B) “Essa mesma tecnologia também é capaz de combinar vídeos existentes, transformando-os em um novo vídeo falso [...]”
(C) “Há até quem já vislumbre a criação de ‘jornalistas’ fakes, produzidos por inteligência artificial [...]”
(D) “A mera reprodução de conteúdos não produz mais as habilidades necessárias ao cidadão do século XXI.”

6. O excerto que contém a informação principal da reportagem “Como a escola pode mudar o mundo das fake news” é:

(A) com frequência, muitas fake news e imagens manipuladas têm sido divulgadas na internet.
(B) a escola precisa desenvolver a capacidade de pensar, capacitando os alunos para a reflexão crítica.
(C) o aluno do século XXI é capaz de perceber quando e por quais motivos está sendo manipulado.
(D) passar informações falsas representa um ato de má-fé e corresponde a falsidade ideológica.

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