Interpretação de texto sobre padrões de beleza com gabarito (PDF) 8º e 9º anos

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O trecho a seguir faz parte do livro Corpo: limites e cuidados, integrante da coleção De olho na Ciência, cuja intenção é discutir temas comuns à fase da adolescência. Leia para conhecer a ideia desenvolvida pelo autor e saber mais sobre o assunto.
Durante a leitura, tente descobrir o sentido das palavras desconhecidas pelo contexto em que elas aparecem. Se for preciso, consulte o dicionário.

As possibilidades e os limites do corpo

Nos últimos tempos, o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etiqueta de marca famosa. A indústria da beleza alardeia que sempre é possível melhorar a aparência – o que é verdadeiro – e que as marcas da idade podem ser adiadas indefinidamente – o que é falso –, e esses mitos levam alguns a dedicar tempo e dinheiro a um compromisso com a beleza e a juventude, como se fossem passaportes para a felicidade.
Foi a partir da década de 1950 que a beleza deixou de ser vista como um dom divino, que só algumas pessoas recebem, e passou a ser considerada como um ideal ao alcance de todos. “Só é feia quem quer!”, repete a propaganda, na tentativa de seduzir as mulheres.
Há algumas décadas, usar maquiagem no dia a dia era prerrogativa de artistas e mulheres extravagantes. Agora, a maquiagem passou a ser mais do que um direito, quase um dever: para algumas mulheres, faz parte da rotina, como escovar os dentes e pentear os cabelos.
Alguns homens participam dessa obsessão de uma outra forma, talvez porque o poder masculino sempre esteve mais ligado à força do que à beleza – o que leva muitos a tomarem drogas para encorpar e a fazerem musculação sem orientação nem limites. [...]
A cirurgia plástica passou a ser um recurso usado por todas as faixas de idade e todos os níveis econômicos. Há médicos dispostos a atender qualquer pedido e a aprimorar qualquer corpo, ainda que às vezes as queixosas sejam pessoas com corpos perfeitos, mas insatisfeitas com a própria imagem. A juventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento para se tornar um estilo de vida, a que todos acreditam ter acesso. Eliminar as marcas do tempo passou a ser uma obrigação e quem não o faz pode ser tachado de “largado”.

Beleza a qualquer preço

Parece fácil definir o que é beleza: formas perfeitas, proporções harmoniosas, agradáveis aos sentidos.
Mas o que são formas perfeitas e proporções harmoniosas? E aos sentidos de quem essas formas devem agradar?
As galerias dos museus expõem um conceito de beleza diferente da que se exibe nas passarelas de moda.
Mesmo dentro dos museus, o belo assume formas e proporções diversas. Talvez não haja mulheres mais bonitas do que as pintadas por Rubens ou Renoir, mas elas diferem entre si, e são diferentes das mulheres retratadas nas estátuas gregas, cuja leveza contrasta com a pedra de que são feitas. Dificilmente uma mulher, de qualquer idade e tipo físico, não encontraria num museu alguma imagem de beleza em que se visse refletida.
Então, com que padrão de beleza homens e mulheres de hoje estão se comparando? [...]
Ainda que fosse possível, à custa de esforço, atingir este ideal inventado pela propaganda, será mesmo que as pessoas seriam mais felizes? Não parece provável que a conquista da felicidade passe pelo tipo de cabelo e pela medida da cintura. É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar quando a gente gosta do que vê refletido no espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam mais contentes quando o espelho mostra aquilo que queremos ver.
Mas o amor-próprio não pode depender de um bumbum firme e de uma barriga lisa. A beleza não se expressa em quilos ou centímetros: o charme tem razões que os padrões convencionais de beleza desconhecem. O que seria dos mais belos dentes sem o sorriso?
É bom ter um corpo vivo e trabalhado, mas castigá-lo não é o caminho para ser feliz. O corpo não é um pedaço de papel brilhante que embrulha uma carcaça vazia: é a forma pela qual nos fazemos presentes, o meio através do qual expressamos carinhos e raivas. [...]

ARATANGY, Lídia Rosenberg. Corpo: limites e cuidados. São Paulo: Ática, 2006. p. 25-26.

Lídia Rosenberg Aratangy é psicóloga, pesquisadora, professora e autora de diversos livros sobre família, relacionamento, educação e outros temas pertinentes à área da Psicologia, como Doces venenos: conversas e desconversas sobre drogas e Olho no olho. 

1. “Possibilidades e limites do corpo” é um texto didático. Para você, qual é a finalidade de um texto didático?

a) De que trata o trecho lido?
b) Qual é a ideia central apresentada pela autora?

2. Além da ideia central ou principal, são abordadas ideias secundárias. Organize estas frases na sequência em que se desenvolvem, elaborando um breve resumo. Acrescente articuladores, assegure a coesão textual e cuide da pontuação.

a) A beleza é um conceito relativo que varia ao longo do tempo.

b) A juventude deixou de ser uma etapa do desenvolvimento e passou a ser um estilo de vida.

c) Entre alguns homens, o desejo de ter um corpo mais forte tornou-se uma obsessão.

d) No passado, a beleza era vista como um dom divino; hoje, é um ideal a ser alcançado.

e) Um corpo perfeito, exibido como troféu, não garante a felicidade.

3. A autora faz várias críticas.

a) Indique a quem ela atribui cada uma delas.
I. O mito de que beleza e juventude são passaportes para a felicidade.
II. A eliminação das marcas do tempo tornou-se uma obrigação.
III. A beleza é um ideal a ser obrigatoriamente alcançado.

b) Você concorda com as críticas que ela faz? Por quê? 

4. No trecho, são comparados dois conceitos de beleza: o que vigora nas passarelas da moda e o que existe nos museus.

a) De acordo com a autora, qual é a diferença entre eles?
b) Atualmente, algumas mudanças nos padrões de beleza convencionais já são perceptíveis na sociedade e na mídia impressa e digital. Você já viu, ouviu ou leu algo a respeito? 

5. Releia.

É fácil confundir autoestima com vaidade, pois parece mais fácil se gostar quando a gente gosta do que vê refletido no espelho e no olhar dos outros. As pessoas ficam mais contentes quando o espelho mostra aquilo que queremos ver.

a) Que efeito produz o fragmento “quando a gente gosta do que vê” no que diz respeito à interação entre autor e leitor?
b) Você concorda com o que diz a autora? Justifique sua resposta.

6. Releia.

[...] o corpo tornou-se uma espécie de troféu a ser exibido, como se fosse uma etiqueta de marca famosa.

a) Por que a autora compara o corpo a uma espécie de troféu a ser exibido? O que você entende por essa afirmação?
b) Por que a comparação do corpo com uma etiqueta famosa?
c) Que reflexão essa leitura propõe aos leitores em relação ao corpo humano?
d) Você considera a linguagem empregada no texto difícil ou acessível? Formal ou informal?

7. Um texto didático pode relacionar-se ao ensino das ciências e das artes.
Depois dessa leitura e análise, em relação a um gênero como esse, reflita e escolha a afirmação mais adequada. Por que o trecho lido pode ser considerado um texto didático?

a) Porque expõe e explica um assunto relacionado aos aspectos biológicos do corpo humano.
b) Porque se relaciona com a construção e transmissão de saberes.
c) Porque apresenta informações e definições da área da Biologia. 

8. Reflita.

a) Você concorda que algumas ou muitas pessoas parecem seguir um único padrão de beleza? É possível diferentes tipos físicos serem considerados bonitos em uma mesma sociedade? 

b) Existe algum setor ou setores da sociedade que se beneficiem do fato de muitas pessoas procurarem, por diversos meios, manter-se jovens e magros ou fortes? Se sim, quais seriam?

c) A preocupação com a aparência pode ser um motivo de insegurança na fase da adolescência? Como você se posiciona a esse respeito?

Gabarito

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