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Crônica Cecília Meireles: “A arte de ser feliz” 8ºano - Características das crônicas líricas (EF89LP33) Plano de aula de acordo com a BNCC
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Cotidiano poético
Duração: 3 aulas
Relevância para a aprendizagem
O objetivo desta sequência é levar os alunos a reconhecer as características das crônicas líricas e a lê-las com autonomia. Com isso, espera-se que eles desenvolvam o senso estético para a valorização dos textos literários e a adesão à leitura.
Objetivos de aprendizagem
• Reconhecer as características do gênero crônica (lírica).
• Ler crônicas líricas.
Objetos de conhecimento
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Habilidade
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Desenvolvimento
Aula 1 – Leitura de crônicas líricas
Duração: cerca de 45 minutos
Local: em sala de aula
Organização dos alunos: em semicírculo para conversa inicial e leitura de texto. Depois em duplas para a realização de uma atividade.
Recursos e/ou material necessário: caderno, lápis, borracha, caneta. Crônicas poética para análise.
Sugestão de crônica poética de Cecília Meireles: “A arte de ser feliz”
Disponível em:
<https://www.revistapazes.com>.
Sugestão de crônica poética de Carlos Drummond de Andrade “Fala, amendoeira”:
Disponível em:
<https://armazemdetexto.blogspot.com>.
Atividade 1: Leitura de crônica lírica e análise coletiva (20 minutos)
Para iniciar a aula, pergunte aos alunos qual será o assunto de um texto cujo título é “A arte de ser feliz”. Após ouvir as contribuições, esclareça que essa é uma questão sobre a qual já se debruçaram vários filósofos da história da humanidade. Em seguida, distribua cópias impressas da crônica de Cecília Meireles, proponha a leitura e depois converse com os alunos. primeiramente, chame a atenção para a frase que inicia cada parágrafo, depois pergunte o que percebem. Espera-se que eles notem que os parágrafos se iniciam com a mesma frase “Houve um tempo”. Explore o sentido poético que há nela, levando-os a refletir que esse tempo que não é possível determinar, é um passado longínquo, por isso nostálgico. Depois realize uma leitura compartilhada, parágrafo a parágrafo. Pergunte em cada término de parágrafo lido o que o narrador vê através das janelas, pedindo que descrevam as cenas para que percebam as combinações dos elementos das imagens que constroem as cenas poéticas. Ao final da leitura de todos os parágrafos, pergunte se é possível perceber a temática da crônica. Leve-os a concluir que, o texto dá a entender que o segredo da felicidade está em aprender a enxergar o significado as coisas do dia a dia, do cotidiano, de modo poético (como o narrador enxerga).
Peça aos alunos, em seguida, que façam a leitura silenciosa do texto e que procurem as palavras desconhecidas no dicionário. Em seguida, faça uma nova leitura compartilhada do texto, realizando agora pausas ao final de cada parágrafo. Oriente-os a observar, neste momento, além da construção das imagens, os sons das palavras e a pontuação. Incentive-os a descrever as imagens, levantando hipóteses sobre seus possíveis significados. Mostre a importância dos sons das palavras, pedindo que pronunciem em voz alta as palavras: “chalé”, “canal”, “terreiro” e pergunte quais efeitos de sentido elas trazem ao parágrafo em que estão inseridas. Deixe que levantem hipóteses.
Explore também os sons das expressões, como: “a janela se abria para um”/“a janela se abria sobre”. Pergunte qual efeito de sentido há no som dessas palavras. Espera-se que percebam que no terceiro parágrafo o som sibilante (se/so), nesse contexto, traz o sentido de voo, olhar por cima (idade madura). A janela não está mais à frente da paisagem como nos três primeiros parágrafos (se/pa), mas acima.
Trabalhe o paralelismo entre as expressões dos parágrafos: “Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa”/ “Eu não era mais criança, porém a minha alma”. Leve-os a perceber, por exemplo, a passagem do tempo na narrativa. No segundo parágrafo, mostre a eles a sucessiva presença do ponto de interrogação. Pergunte qual efeito de sentido a sucessão de perguntas provoca no leitor justamente num parágrafo que fala de “canal”, “barcos”, e que o narrador não é mais criança. Leve-os a perceber que uma das possibilidades é a saída da personagem do estado de êxtase em que vivia na infância, agora já mais velho, para navegar num mar de reflexões.
Explique que nos textos líricos, as figuras de linguagem são fundamentais, pois por meio delas o autor expressa sentimentos, emoções, desejos e uma visão de mundo de seus personagens.
Peça aos alunos que reconheçam o emprego delas, por exemplo, a personificação, em: “o jardim não morresse”. Ao final da leitura e da discussão, leve-os a concluir que o texto lido é uma crônica lírica porque apresenta ao leitor a visão poética e singular do cronista sobre a vida a partir de um fato cotidiano. Explique com trechos do texto lido que ela é organizada em introdução (período da infância), desenvolvimento (momentos da vida do narrador) e conclusão (idade da sabedoria, quando o narrador extrai uma filosofia do que viveu). São usados verbos nos tempos do pretérito para a narração constatando o tempo transcorrido de vida do narrador.
Atividade 2: Leitura de crônica lírica em dupla (25 minutos)
Proponha, em seguida, a análise da crônica “Fala amendoeira”, de Carlos Drummond de Andrade. Para isso, distribua cópias impressas da crônica (se ela for retirada do site indicado em Recursos e/ou material necessário, exclua as perguntas e as respostas presentes no final da página).
Peça aos alunos que formem duplas e que verifiquem os recursos linguísticos empregados para que o texto possa ser compreendido como crônica lírica. Oriente-os a seguir os mesmos procedimentos da primeira leitura: busca de palavras desconhecidas no dicionário e segunda leitura para análise.
Depois que as duplas tiverem terminado, abra uma discussão sobre as características do texto lido.
Destaque: as reflexões do narrador; o emprego de figuras de linguagem, como, por exemplo, a personificação; uso de palavras inventadas (neologismos), que devem ser exploradas em seus múltiplos significados, como “outonizar”, “árvore-da-guarda”, levando os alunos a observar a combinação de elementos que remetem à linguagem poética.
Aula 2 – Roda de leitura
Duração: cerca de 45 minutos
Local: em sala de aula
Organização dos alunos: em semicírculo para leitura e circulação de crônicas.
Recursos e/ou material necessário: caderno, lápis, borracha, caneta. Livros ou crônicas líricas avulsas.
Sugestões de autores:
Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Clarice Lispector, João Anzanello Carrascoza, Marina Colasanti, Moacyr Scliar, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga.
Atividade 1: Seleção de crônicas para leitura (10 minutos)
Inicie a aula retomando o que são crônicas líricas. Disponibilize crônicas líricas avulsas para os alunos. Em Recursos e material necessário sugerimos alguns autores. Garanta que os alunos escolham textos adequados à faixa etária. Outra possibilidade é levá-los à biblioteca da escola, se houver, para que selecionem textos de sua preferência. Oriente-os a selecionar, cada um, uma ou duas crônicas.
Atividade 2: Compartilhamento de crônicas (30 minutos)
Peça a eles que leiam as crônicas e anotem em uma folha avulsa ou no caderno, durante a leitura, as características da crônica que permitem compreendê-las como crônicas líricas, especialmente a linguagem poética e as figuras de linguagem. Promova a circulação dos textos de forma que cada aluno leia o maior número possível de crônicas.
Atividade 3: Proposta de produção de crônica (5 minutos)
Diga aos alunos que, na próxima aula, eles produzirão uma crônica lírica. Para isso, como tarefa de casa, eles devem aguçar o olhar para fatos cotidianos. Sempre que um fato, um objeto, um animal ou uma pessoa, por exemplo, lhes chamar a atenção, e que possa propiciar uma crônica, eles devem anotá-lo no caderno. Podem anotar também sensações que experenciaram: cheiros, ruídos, sensações táteis etc.
Aula 3 – Produção de crônica
Duração: cerca de 45 minutos
Local: em sala de aula
Organização dos alunos: em grupos de 3 ou 4 alunos e depois em semicírculo
Recursos e/ou material necessário: caderno, lápis, borracha, caneta.
Atividade 1: Planejamento da crônica (10 minutos)
No início da aula, peça aos alunos que leiam silenciosamente as anotações feitas como tarefa de casa. Oriente-os, então, a pensar e a anotar que figuras de linguagem poderiam ser usadas para traduzir ou representar os elementos cotidianos que lhes chamaram a atenção. Solicite também que descrevam as emoções sentidas e que reflexões tiveram a partir dos registros elaborados.
Atividade 2: Elaboração de crônicas (25 minutos)
A partir dessas anotações, peça a eles que, individualmente, escrevam uma crônica lírica.
Lembre-os da organização composicional do gênero: introdução, desenvolvimento e conclusão e oriente para que criem um título. Ao terminarem o texto, oriente-os a trocar as crônicas com um colega, para que um aluno leia o texto do outro, a fim de verificar se a linguagem é expressiva, se houve o emprego de linguagem figurada e de figuras de linguagem. Caso necessário, o autor da crônica pode fazer alterações a partir das observações do colega leitor.
Atividade 3: Publicação (5 minutos)
Solicite aos alunos que digitem os textos como tarefa de casa e, após a correção, providencie que as crônicas sejam publicadas no blogue da turma ou no site da escola, se houver.
Aferição do objetivo de aprendizagem
A avaliação do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual de cada um dos alunos.
Nos momentos de discussão coletiva, avalie as contribuições individuais deles. A produção da crônica também pode ser instrumento de avaliação. Os alunos podem fazer uma autoavaliação, respondendo a questões como: Participei da análise da crônica? Consigo reconhecer a importância das figuras de linguagem em uma crônica lírica? Identifico os recursos linguísticos empregados nas crônicas líricas? Disponho-me a ler crônicas diversas a fim de ampliar meu repertório? Disponho-me a selecionar uma crônica lírica para compartilhar com os colegas? Sou capaz de me engajar em grupos de trabalho e em leituras compartilhadas?
Questões para auxiliar na aferição
1. A crônica lírica apresenta ao leitor, em linguagem metafórica ou conotativa e imagens poéticas, a visão do cronista sobre um fato cotidiano. Leia um trecho da crônica “O morcego”, de Lima Barreto, e identifique as características que permitiriam compreendê-lo como parte de uma crônica lírica.
”O carnaval é a expressão da nossa alegria. O ruído, o barulho, o tantã espancam a tristeza que há nas nossas almas, atordoam-nos e nos enchem de prazer.”
Disponível em:
<http://www.biblio.com.br>.
2. Leia um trecho de uma crônica de João do Rio, chamada “História de gente alegre”.
“[...] a luz dos pavimentos térreos, a iluminação dos salões de cima contrastava violenta com o macio esmaecer da tarde.”
Disponível em:
< http://biblio.com.br>.
Explique o sentido da palavra “violenta” no trecho.
Gabarito das questões
1. O trecho pode ser classificado como lírico porque o autor apresenta sua visão sobre um acontecimento cotidiano, o carnaval, com o emprego de linguagem conotativa, por exemplo, ao usar o verbo “espancar” para mostrar como os elementos do carnaval alegram intensamente as pessoas.
2. A palavra “violenta” é empregada em sentido conotativo já que é usada para expressar o alto contraste entre as fortes luzes de uma edificação e as luzes difusas do entardecer.
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