Nesse ambiente tão incerto da atualidade, o desenvolvimento do intelecto e o acúmulo de conhecimento – focos principais do ensino convencional – vão perdendo a relevância, já que essas áreas são cada vez mais dominadas pelas máquinas. Para poder encarar os desafios e se adaptar às mudanças, cabe aos seres humanos potencializar o que há de mais humano em si mesmos: criatividade, autoconhecimento, autonomia, pensamento crítico, capacidade de resolver problemas, de ter iniciativa, flexibilidade, empatia, entre outras coisas mais.
Apesar dessas constatações, as instituições de ensino de hoje – sejam elas públicas ou particulares – mais se assemelham a uma linha de montagem de estudantes para obterem boas notas no boletim ou em exames de ingresso nas faculdades. Sendo assim, sobra pouco espaço ou quase nenhum tempo para se dedicar a desenvolver qualquer uma dessas “competências”, como estão sendo chamadas as habilidades pessoais que prometem fazer (e já fazem) uma diferença positiva na vida das pessoas.
Mas como ensinar isso na escola? Essa é a resposta que o mundo inteiro busca, mesmo os países com ótimos resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Esse sistema que compara o desempenho escolar de alunos de mais de 80 nacionalidades se resume a provas de matemática, ciências e leitura. Uma análise bem restrita diante da proposta de “educação integral”, que trabalha, além do aspecto intelectual, o social, o emocional, o cultural e o físico ao mesmo tempo. E que aos poucos vai se tornando um consenso mundial da direção a ser seguida pelas escolas para entrarem, de fato, no século 21.
Para o educador e pedagogo espanhol Antoni Zabala, referência mundial na área [...], o conteúdo do que é ensinado deve mudar radicalmente. “Seguimos atados a conteúdos históricos e outros pré-históricos. As matérias tradicionais morreram ou deveriam morrer, necessitamos de outros conteúdos de aprendizagem.”. A afirmação, em geral, faz muita gente arregalar os olhos. Diminuir o volume teórico das aulas parece estar atrelado à queda da qualidade de ensino. Mas Zabala não ameniza seu parecer e sugere uma reflexão: “Você gostaria de ir a um dentista que usa métodos de 40 anos atrás? Temos ou não temos que mudar? Temos que continuar ensinando o mesmo da mesma maneira?” [...]
( ) Os alunos devem estar prontos para gabaritar provas.
( ) É preciso formar cidadãos que se destacam em rankings.
( ) O ensino precisa ser repensado para fazer o mundo melhor.
2. De acordo com as informações apresentadas no primeiro parágrafo da reportagem, marque (V) para verdadeira ou (F) para falsa.
( ) Não há necessidade de considerar o futuro para educar uma criança.
( ) É fácil imaginar qual será a realidade do mundo de 2040 ou de 2050.
( ) Segundo o IFTF, cerca de 85% das profissões de 2030 não existem ainda.
( ) Existe uma relação clara de proximidade entre a realidade do presente e a do passado.
( ) Conteúdos de cinquenta anos atrás continuam sendo ensinados nas escolas.
3. De quem é a voz que afirma que a educação atual não acompanhou os avanços do século XXI? Assinale a alternativa correta.
( ) Da repórter da revista Planeta.
( ) Da diretora do Instituto Inspirare.
( ) Do educador e pedagogo Antoni Zabala.
4. De acordo com Anna Penido, há uma diferença entre a forma como o ensino acontece e como ele deveria acontecer.
a) Segundo ela, como as escolas preparam os alunos atualmente?
b) E como as escolas deveriam prepará-los?
5. A respeito das opiniões manifestadas na reportagem, assinale a alternativa correta.
(A) A opinião da autora é diferente da opinião do educador.
(B) A opinião da diretora e a opinião do educador são diferentes.
(C) A autora discorda da opinião da diretora.
(D) Os três defendem o mesmo ponto de vista.
PARA RELEMBRAR!
A reportagem apresenta manchete, linha fina (subtítulo), lide (resumo das principais informações da reportagem) e corpo do texto (parte em que se apresenta a informação propriamente dita).
Lembre-se de que, enquanto o fato corresponde a algo que realmente aconteceu, a opinião consiste em apresentar aquilo que alguém pensa a respeito de um fato.
6. Na reportagem “Escola para a vida: como deve ser o ensino no século 21?”, assinale a alternativa em que se apresenta apenas um fato.
(A) “Os tempos mudaram, a neurociência aponta os caminhos da aprendizagem e o ensino precisa ser repensado para fazer o mundo melhor.”
(B) “Para educar as crianças de qualquer geração, é preciso mirar o mundo em que elas viverão quando forem jovens e adultos produtivos.”
(C) “Diante das intensas e profundas transformações vividas nas últimas décadas, entretanto, fica bem difícil imaginar qual será a realidade de 2040 ou 2050.”
(D) “Para se ter uma medida das mudanças, cerca de 85% das profissões de 2030 ainda nem foram inventadas, segundo estudo do Instituto para o Futuro (IFTF).”
7. A alternativa em que se identifica uma opinião apresentada na reportagem é:
(A) “Apenas uma coisa fica clara: a realidade presente e a do futuro, mesmo próximo, já não tem nada a ver com a do século passado.”
(B) “[...] as escolas ainda continuam seguindo a mesma lógica de ensino e passando os mesmos conteúdos de, pelo menos, 50 anos atrás.”
(C) “Nesse ambiente tão incerto da atualidade, o desenvolvimento do intelecto e o acúmulo de conhecimento – focos principais do ensino convencional – vão perdendo a relevância [...]”
(D) “Mas como ensinar isso na escola? Essa é a resposta que o mundo inteiro busca, mesmo os países com ótimos resultados no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).”
8. O pedagogo espanhol Antoni Zabala defende a ideia de que o conteúdo ensinado nas escolas:
(A) continue sendo abordado da mesma maneira.
(B) deve ser modificado completamente.
(C) atende às necessidades de aprendizagem do século XXI.
(D) está atrelado à qualidade do ensino na atualidade.
9. Das reportagens lidas até agora, qual você considera que apresentou mais e melhores recursos para expor o assunto?
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